28/03/24 15:01

" Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais de Barueri e Região. "

jaques-munhoz-vice-prefeito

“Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.”

O processo iniciado no dia 10/08 através de assembleia dos professores de Barueri, realizada pelo SIPROEM é inovador e ousado nessa cidade. As reivindicações aprovadas pelos professores são resultado de longo período de ausência de investimentos apropriados na educação. O professorado sente a falta não só da reposição salarial, mas de melhores condições que ajudam a transformar a educação de Barueri, um sistema de ensino que permita o ensino-aprendizagem ocorrer com qualidade e impessoalidade, respeitando as particularidades existentes. Sai governo, entra governo, mas a educação não muda certos aspectos. Há contínua desvalorização do corpo docente e falta de estrutura na maioria das escolas (falta água, reparos simples demoram semanas ou até meses, goteiras etc).

Os funcionários do quadro de apoio, que são fundamentais e precisam ser valorizados também, sofrem com a falta de pares para dividir a sua pesada tarefa, já que o grande número de estudantes exige
mais professores e funcionários de apoio concursados. O início desse governo foi cheio de promessas. Chamavam os professores para opinar sobre a avaliação, o plano de aula, sugestão de materiais e estrutura das escolas e sobre assuntos relevantes para o ambiente escolar. Parecia que iriam além do “abraço” do governo anterior, que dizia que “valorizava e reconhecia” o trabalho dos servidores com abraços e palestras apenas. No entanto, nesse governo vemos apenas ensaios e promessas. Nada mudou a não ser uma planilha ou outra no planejamento, caracterizando, assim, uma continuidade na política educacional, apesar da mudança dos dirigentes políticos. “Novas ideias” para a mesma prática. Isso vai sendo consolidado na consciência da maioria dos professores. Não percebem nenhuma
mudança. Talvez a forma (outro discurso), mas o mesmo conteúdo (abandono da educação e dos educadores). Chega de enrolação. Os professores querem ação já. A educação não pode esperar.

Na assembleia do dia 30/08, junto com as demandas de toda classe trabalhadora (10% do PIB para educação pública já, Contra a PL 4330 que aumenta as terceirizações, Redução da jornada de trabalho sem redução de salário etc), aprovamos também que os cargos comissionados na educação devem ser providos por concurso público por ser contra a constituição e acaba sendo cabide de emprego para acomodar apoiadores de campanha política, sendo que, muitos, dos comissionados têm competência politico-pedagógica muito discutível, prejudicando, assim, o dia-a-dia das escolas e a construção dos valores do corpo docente. Alguns comissionados atuam apenas como fiscalizadores, pois a sua liberdade é controlada pela natureza de seus cargos, comissionados. Em outras redes percebe-se uma maior interação entre professores e seus dirigentes, porém em Barueri, chega-se ao absurdo de nomeá-los como chefe para justificar o comissionamento e autorizá-los a aplicar medidas de assédio moral,
com poucas exceções, é claro, de pessoas que não esqueceram de seus dias de sala de aula. O que pensar de um profissional de outra área controlando a educação? O atual secretário não é educador e nem foi educado com a comissão que compareceu ao seu chamado para uma conversa no dia 04/09. Nessa reunião percebemos que ele sabia mais de brincadeiras de valor discutível do que das reivindicações que apresentamos. Tudo seria objeto de estudo, não tinha data para respostas, não apresentou nenhuma contraproposta de forma concreta. Pior foi sobre o reajuste quando afirmou que não havia condições devido o governo anterior.

Nós, da comissão e da direção do sindicato, aceitamos ainda assim continuar conversando com ele para uma solução às reivindicações dos professores, todavia vimos que nada ficou resolvido. As propostas devem ser aprovadas em assembleia e não faríamos nenhum acordo. Ele solicitou uma cópia da nossa ata e pediu que não divulgássemos o conteúdo
dessa conversa antes de ele falar com o prefeito e conseguir uma audiência para a comissão com o prefeito. Chegou a falar que poderíamos confiar em sua palavra e empenharia até “o fio de seu bigode”, contudo traiu o gesto de boa vontade da comissão. Queríamos resolver as reivindicações, mas fomos enganados pelo secretário de educação de Barueri. Qual confiança temos nele
agora? Nenhuma, pois o seu método repulsivo nada tem a ver com quem tenta construir um corpo docente. Não divulgamos antes por confiar em sua promessa, por ingenuidade ou excesso de confiança, e fomos surpreendidos pela divulgação de sua carta e orientação aos comissionados para contar a sua versão.

A comissão reuniu-se na noite do mesmo dia 06/09 para escrever uma resposta e divulgá-la o mais rápido possível. Para reforçar a farsa, foi oferecida aos diretores de escola uma cópia de nossa ata para que fosse lida aos professores e lançassem suspeitas sobre a comissão por não termos divulgado a ata antes que eles. As promessas dessa ata não são acordo. Proposta de acordo da prefeitura deve vir escrita formalmente em documento oficial e isso não chegou até o momento.

Aguardamos a resposta formal do secretário e a sua retratação pública, pois até o momento confirma que só existe enrolação e pouca ação por parte do governo.

Comissão de Luta SIPROEM


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